quarta-feira, 11 de junho de 2008

O que você faria?

Quem conhece um pouco de roteiro cinematográfico sabe que diálogo é a última coisa a ser feita (ou, o último detalhe que se ajeita no último tratamento). É por isso que devemos dar tanto valor ao filmes que são essencialmente feitos de diálogos, como O Balconista, de Kevin Smith, por exemplo.

Assisti a um filme sensacional que é da mesma linha: O que você faria? (El Método, 2005), de Marcelo Piñeyro. A produção, argentina, espanhola e italiana, trata de sete executivos que disputam uma vaga numa grande empresa de Madri. No mesmo dia, uma reinião do G-8 faz com que as ruas da capital espanhola sejam ocupadas por violentos manifestantes. Mesmo assim, eles participam da seleção, cujas provas são elaboradas baseadas num método estranho e pouco conhecido chamado Grönholm. Fechados numa sala, os candidatos têm de descobrir várias coisas, participar de provas e jogos.

Não sei se vai ser fácil achar esse longa para locar, comprar ou baixar, mas vale a pena ir atrás. Os atores são ótimos, os diálogos afiados e o enredo te leva facilmente até o fim com extremo interesse – uma habilidade que poucos roteiristas têm hoje em dia.
Se conhece poucos “filmes de diálogos” para comparar, lembre-se de alguns filmados por Tarantino, como Pulp Fiction e Cães de Aluguel.

Também não veja de canto de olho o filme só porque não é norte-americano ou brasileiro – são muitos os filmes europeus que surpreendem.

Vale a pena
Sem dúvida. Não é lá uma obra de arte, mas é o típico filme que deve ser visto por quem gosta do bom e velho cinema inteligente.

Nota
7 – tá bom, é um filme de diálogos bem bacanas, mas nada que mereça um 8 ou 9, pois El Método não vai ficar gravado na sua memória para sempre.

Luciano Marques

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