quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Escafandro e a Borboleta

Por incrível que pareça, o que me fez assistir ao filme O Escafandro e a Borboleta foi o título, no mínimo, sui generis. Ao finalizá-lo, no entanto, percebi que não é apenas seu nome que é peculiar. O longa francês dirigido por Julian Schnabel é belo. Simples assim. Não acho outro adjetivo ou uma frase inteira para defini-lo. Mas a beleza a que me refiro não é aquela ligada ao melodrama, pois O Escafandro e a Borboleta não é “cute”. Pelo contrário, a trama é, por vezes, inquietante, triste. É também encorajadora sem ser piegas, ou seja, nada em se compara aos filmes que mais parecem um livro de auto-ajuda.

Algo também fascinante neste filme, que concorreu a quatro estatuetas do Oscar, venceu duas categorias do Globo de Ouro e deve estrear em breve no Brasil, é a fotografia. O diretor experimenta lentes, visões e posicionamentos de câmera de uma maneira imensamente criativa. Tanto que lhe deixa preso à história, exatamente como Jean-Dominique Bauby, aprisionado em seu corpo após um acidente.

O protagonista vive anos em coma após uma paralisia cerebral e descobre que não pode mais movimentar seu corpo. A única coisa que lhe resta é o olho esquerdo. Angustiado tanto quanto o personagem, até o espectador pensa em eutanásia. E o espectador aprende, junto com Bauby, que uma coisa não pode ser aprisionada: a memória e a imaginação.

O Escafandro e a Borboleta surpreende, emociona e angustia. Faz, então, tudo o que um filme deve fazer, em minha modesta opinião: mexer com os sentimentos de quem assiste.

Vale a pena?
Se você não tem bloqueio quanto a filmes europeus (aprenda a não ter, pois, filtrando, é possível achar maravilhas), esse longa francês vale realmente a pena. É diferente de quase tudo o que já viu e, querendo ou não, deixa uma boa mensagem (não que isso seja necessário em um filme).

Nota
8 – não concorreu a tantos prêmios de graça. É o tipo de filme que agrada a diversos públicos em qualquer lugar do planeta. Ah se mais brasileiros tivessem a mente aberta assim.

Luciano Marques

Um comentário:

Ana Rita Gondim disse...

Concordo com você, Lu. O filme é simplesmente belíssimo. Acredito que ele foi o resonsável pela minha insônia deste domingo de tanto que pensei sobre ele... Amanhã, devo postar algo sobre escafandros e borboletas. Este filme vale a pena em todos os sentidos. Beijo grande!