segunda-feira, 16 de junho de 2008

Hulk esmaga

A Marvel Comix, maior produtora de quadrinhos ao lado da DC, tomou realmente as rédeas de suas estrelas. Foram anos (e porque não dizer décadas) de adaptações bizarras para a grande tela. Dá um arrepio só de lembrar de filmes como Capitão América e Justiceiro. Até mesmo os mais recentes enojam, como Demolidor e Elektra.

O Incrível Hulk (2008), estrelado por Edward Norton, exemplifica bem o novo rumo das adaptações dos gibis para o cinema. Esqueça o antigo Hulk, filmado por Ang Lee – um longa floreado, artístico e com um monstro verde translúcido e irreal. O novo, dirigido por Louis Leterrier (Carga Explosiva e Cão de Briga), reinicia a saga de um dos mais tradicionais heróis (anti-heróis) das histórias em quadrinhos. E convence.

A Marvel decidiu, após os sucessos de Homem Aranha, comandar seus próprios filmes. E nada poderia dar mais certo. Homem de Ferro foi o primeiro, arrecadando 400 milhões de dólares em apenas três semanas. A nova (e chamada de primeira) aventura do monstrengo verde é a segunda incursão da empresa na sétima arte. E começa a montar uma audaciosa estratégia que comento mais à frente.

O novo Hulk está mais sujo, mais real. Tanto que o espectador fica imaginando como a tecnologia avançou tanto (observe a cena da caverna). E Leterrier conseguiu mostrar em seu filme toda a agressividade do protagonista. As falas, a pancadaria, as referências dos quadrinhos, tudo deixa o fã extasiado no cinema. Até mesmo quem nunca leu se empolga. Se o tom artístico de Ang Lee amoleceu o outro, neste, Hulk realmente esmaga. As cenas de ação, escassas no primeiro, são abundantes aqui. Isso sem deixar o enredo de lado, bem amarrado e digno de um bom filme.
Aos mais velhos, vale atenção durante a projeção. Há referências de uma produção do passado que lhe fará viajar no tempo. Idéia de Edward Norton, fã do personagem e co-roteirista da história (acredite, ele também praticamente co-dirigiu o longa).

As cenas no Brasil também são ótimas. Um legado, já que o filme será assistido em todo o Planeta.

Até mesmo o mistério das calças de Hulk é levado em consideração nesse filme. Algo que eu sempre me perguntei (quem nunca fez o mesmo nem vai notar).

Se você que já assistiu estiver perguntando o que Stark tem a ver com a história, saiba que a Marvel pretende levar todo o seu Universo para o cinema. Primeiro foi Homem de Ferro, agora Hulk. Depois veremos Capitão América, Thor e, quem sabe, Vespa e Homem-Formiga. Esses heróis formam Os Vingadores, um grupo criado na década de 60 para rivalizar com a Liga da Justiça (DC) e que aparecerá na grande tela daqui a alguns anos. A agência The Shiel e Stark estão começando a recrutar, então aguarde.

Em tempo: se Os Vingadores vem aí, pode apostar, a Liga da Justiça também virá. A DC não vai deixar por menos e veremos em um mesmo longa Batman, Super-Homem, Aquaman, Mulher Maravilha e Lanterna Verde. Lembra? Enquanto isso, na Sala de Justiça...

Vale a pena?
Sem dúvida. Ver o Hulk em ação naquela telona é incrível (trocadilho involuntário). É o que eu chamo de trabalho bem feito, como aconteceu em Spawn, X-Men e Homem Aranha. Filme mais que obrigatório para quem gosta de quadrinhos e uma boa indicação para aqueles que curtem ação sem compromisso.

Nota
8 – o filme peca um pouco na parte sonora, mas as cenas de ação, as referências e a bela forma com que o protagonista foi tratado é uma aula de como se fazer uma boa adaptação.


Luciano Marques

Um comentário:

Vagner Vargas disse...

Até hoje não assisti o Hulk do Ang Lee, nem pretendo, mas essa nova produção certamente vai me levar oa cinema. Gostei da crítica.
Abraço.