terça-feira, 15 de julho de 2008

Nim’s Island: imaginação à solta

Alguns filmes realmente me surpreendem. Ilha da Imaginação (Nim’s Island), que estréia no Brasil na próxima sexta-feira (18/7), é um deles. Pelo trailer, pelo cartaz e pela sinopse, tudo levava a crer que o longa era mais um daqueles bobinhos, com roteiro batido e que no final seria ejetado da minha memória. Ao contrário. O roteiro é encantador, as atuações são pontuais e o todo deixa uma boa impressão até mesmo naqueles que assistirão com um pé atrás. Eu fui um deles.

Ilha da Imaginação se parece com aqueles filmes que passam na TV durante as férias. Mas é um filme-de-férias que você não consegue parar de assistir. Os donos da “criança” são Jennifer Flackett e Mark Levin. A dupla já tinha escrito o ótimo Wimbledon - O Jogo do Amor (2004) e repete a parceria neste longa. Dessa vez, porém, além de assinarem o roteiro, também assumem a direção.


Além da história, bem original (e quando não é, os clichês são tratados com respeito e uma certa criatividade), nos encantamos com os personagens – surpreendentemente profundos para esse tipo de produção. Temos de volta Jodie Foster, que encarna a escritora Alexandra, Gerard Butler (300), que interpreta o cientista Jack Rusoe e Alex Rover, e ainda a jovem e promissora Abigail Breslin, irreconhecível sem os óculos que carregava em Pequena Miss Sunshine. Irreconhecível no lado bom. Quem se maravilhou com ela no início da carreira, pode se preparar. Ao interpretar Nim, a protagonista de Ilha da Imaginação, a atriz provou que veio para ficar.

Está certo que vamos ter sempre em nossa mente o papel da garotinha que tenta, em meio aos imbróglios da família, participar de um concurso de beleza mirim. Mas foi assim com Jodie Foster após Táxi Driver. Até encarnar a também inesquecível Clarice Starling, em Silêncio dos Inocentes, só a víamos como Íris. Quem sabe não acontece o mesmo com Abigail?

Solte a imaginação ou, se preferir, viaje de carona na mente ingênua e fantástica de Nim. Quando você menos esperar, vai se ver torcendo por isso ou aquilo no decorrer do filme. E geralmente quando isso acontece – a história te tira do eixo e mexe com sua cabeça –, ele alcançou êxito.

Vale a pena?
Diversão garantida para crianças e adultos. O grandalhão ou grandalhona que torcer o nariz, não tem imaginação fértil o suficiente.

Nota
7 – existem algumas pontas soltas no roteiro (aqueles tópicos do filme que ficam sem resposta), mas o todo compensa. Não seja exigente! Assista de forma descompromissada, afinal, produções perfeitas não surgem todos os dias.

Luciano Marques

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