quinta-feira, 10 de julho de 2008

Gotham Knight: a verdadeira face de Batman











Após Batman Begins e antes do lançamento de Batman – O Cavaleiro das Trevas (18 de julho), a Warner colocou na praça um DVD com animações pra lá de especiais do herói mascarado: Gotham Knight (O Cavaleiro de Gothan). A pedido de um amigo, faço aqui a crítica do mesmo.

Em primeiro lugar, pensei que Gotham Knight emendava o primeiro filme no segundo, trazendo informações importantes. Não é bem assim. A animação, dividida em seis capítulos, é única, exclusiva e destacada de tudo. Conta um pouco mais do início da carreira do morcegão, é verdade, mas não é imprescindível para assistir ao segundo longa dessa nova leva. Quer dizer... Para os fãs do herói, Gotham Knight é um prato cheio e obrigatório. Ou para quem quer conhecer a genuína forma de Batman.

Falo da verdadeira face do herói porque quem nunca leu os quadrinhos não sabe como ele é. Batman não é um riquinho mimado que faz festas nas mansões para agarrar loiras histéricas (só de lembrar do Michael Keaton tenho arrepios de terror). Batman é um homem perturbado, com quase dois metros de altura e que só larga um bandido após lhe quebrar alguns ossos. Fratura exposta mesmo. E é justamente isso o retratado em Gotham Knight. Bom saber que o personagem pode ser tratado de forma adulta. Já estava cansado de ver o cara sendo desenhado de forma infantil.

Em Gotham Knight, assistimos ao herói em ação como ele sempre foi nos quadrinhos. E sonho um dia ver um filme nos mesmos moldes. Quase uma utopia, já que a produção ganharia a proibição para menores de 18 anos, o que não interessa aos produtores (acontece o mesmo com Wolverine).

As seis histórias são escritas por pessoas que entendem do riscado: os roteiristas Josh Olson (Marcas da Violência), Alan Burnett e S. Goyer (escreveu Batman Begins), e os quadrinistas Greg Rucka, Jordan Goldberg e Brian Azzarello. Tudo supervisionado por Bruce Timm, o responsável por Batman: The Animated Series e Justice League: The New Frontier (desenhos da TV que, apesar de infiéis, são os melhores até agora).

Ao assistir Gotham Knight você percebe que os produtores norte-americanos se renderam aos traços japoneses. Mais dia, menos dia, isso aconteceria. Aliás, os desenhos foram encomendados junto aos estúdios japoneses 4°C, Production I.G, e Madhouse.

Não são apenas seis histórias, mas seis estilos de desenhos diferentes. Há uma mistura de estilos, que passam por traços gringos, japoneses e até franceses. Dá para perceber as influências. Nos episódios, nos lembramos de Aeon Flux, Akira, As Bicicletas de Belleville e por aí vai. É um passeio pelo que há de melhor e único nas animações clássicas.

Ao terminar Gotham Knight, você pode ter a impressão que faltou muita coisa, que ficaram pontas soltas. A verdade é que um DVD é pouco para abordar tudo o que não foi abordado até aqui, seja em desenhos para televisão ou cinema. Vamos torcer para que no futuro o morcegão apareça mais vezes em sua real forma: negra, apavorante, intimidante. Para maiores de 18 anos mesmo. As crianças que esperem!

Vale a pena?
Indiscutível. Vale para os que querem conhecer o personagem de verdade. Para quem é fã, nem preciso indicar. Vale também como uma prévia de O Cavaleiro das Trevas (toda vez que escrevo esse título fico irado. Não deveriam ter feito isso para o segundo filme, pois o título já pertence a uma história específica onde Batman, velho, se encontra com o Super-Homem).

Nota
9 – não ganha um dez por ser extremamente curto (pouco mais de uma hora).

Luciano Marques

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