quarta-feira, 16 de julho de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas: mais uma vez o Coringa rouba a cena










Chega de Batman brilhante, com mamilo na armadura e cores para todos os lados. As aventuras do Morcegão sob as batutas de Tim Burtom e cia já estão longe da minha memória. O que restou de bom foi apenas a inquietante visão do Pingüim de Denny DeVito. A vez é do diretor Christopher Nolan, que vem recontando a história do personagem desde Batman Begins. Melhor para a Warner. Em Batman – O Cavaleiro das Trevas, que estréia nesta sexta-feira (18/7), temos a certeza que o justiceiro de Gotham City está recebendo o devido tratamento na grande tela.

Christian Bale não é lá um primor de ator para merecer o uniforme de uma das figuras mais conhecidas do planeta, mas não compromete. Frente a aberrações como Michael Keaton, Bale nos faz brilhar os olhos. Mesmo assim, vimos mais uma vez o vilão roubar a cena. Em O Cavaleiro das Trevas, Coringa ganha a fenomenal interpretação de Heath Ledger, ator que infelizmente faleceu em janeiro. Lamento sua morte por um motivo simples: Ledger levou à telona o melhor Coringa da história. O personagem é um louco. Nos quadrinhos, fugiu do Asilo Arkham, um manicômio de segurança máxima para criminosos insanos. E é justamente esse Coringa que vemos na nova produção de Nolam. Desequilibrado, inquieto, maníaco. Chega a ser perturbador vê-lo em ação. Sua voz parece ter sido feita para isso, pois é de gelar o sangue. Por isso Heath é, de longe, a grande estrela desse lançamento. Não se espante se for indicado ao Oscar.
Ainda mais maduro que o primeiro, O Cavaleiro das Trevas nos traz elementos de histórias que já presenciamos nas HQs, como Batman Ano Um e Piada Mortal, mas tem o seu “que” de originalidade. Apesar de longo, o filme nos empolga, pois tramas e sub-tramas, uma engatada na outra, nos movem ao desfecho com extremo interesse. Tem de tudo, da ação corriqueira às viradas no roteiro. Até os novos brinquedinhos do Morcegão são legais, como a “bat-moto”.

Outro que merece menção honrosa é Aaron Eckhart. O ator nos apresenta um fantástico Duas Caras, um dos mais tradicionais vilões do justiceiro. Sua atuação como Harvey Dent também é primorosa.

Finalmente falemos de Batman. Se em outras versões presenciamos um personagem que se importava com o politicamente correto e fazia festinhas para ricos em sua mansão Wayne, em O Cavaleiro das Trevas conhecemos uma face fidedigna do herói. Aliás, minto. Batman não é herói, nem tão pouco vilão. O cunho de justiceiro por mim utilizado mais acima me parece perfeito. Bruce é tão perturbado psicologicamente quanto seus inimigos. É movido pela vingança, não pela justiça. Pelo visto, Nolan vem construindo, devagar, esse incrível quebra-cabeça que se veste de morcego.
Teremos pelo menos mais dois filmes de Batman sob o comando de Nolan. A julgar pelo belo trabalho desempenhado em Begins e Cavaleiro das Trevas, o pacotão de paspalhadas do passado (das séries de TV estreladas por Adam West até Joel Schumacher) será relegado ao esquecimento.

Vale a pena?
Uma ótima pedida para os amantes do cinema e imprescindível para os fãs do personagem.

Nota
9,5 – Nolan é ótimo diretor, mas não consegue concluir suas obras de forma 100% coesa. Não fosse isso, ganhava um 10.

Luciano Marques
Agradecimentos especiais à Espaço Z Marketing e Entretenimento

4 comentários:

Vagner Vargas disse...

Esse eu vou ver amanhã, sem dúvidas!

Claudio Fernandes disse...

Concordo plenamente: chega de Batman afrescalhado, chega de Joel Schumacher. Mas não vamos esquecer a importância do Tim Burton para o gênero quadrinhos no cinema! Que tal contextualizarmos aquele Batman de 1989? Ao contrário do momento atual do cinema, em que há uma profusão de filmes de super-heróis, em 1989 não havia, desde o Superman de 1978, um longa sequer de sucesso baseado em heróis de quadrinhos. Nenhum estúdio queria bancar! E Burton teve colhões para apostar num Batman que, se não é tão dark quanto o atual, era sombrio demais para os padrões daquela década.

No final dos anos 80, quando pensávamos em Batman de carne e osso, só havia uma referência: aquele colorido seriado dos anos 60, com um Batman gordinho (!!!) e um Robin que pronunciou nada menos do que 347 "Santo-alguma-coisa" nos 120 episódios da tele-série. Para mim, os dois Batman de Burton (o de 89 e o Retorno, de 92) devem ser lembrados, sim. Não fossem eles, talvez não tivéssemos o excelente Batman Begins e todos os outros bons filmes de heróis que invadiram a telona nos últimos dez anos. E viva Tim Burton, o precursor! E viva Christopher Nolan, o revolucionário! E sábado eu vou assistir Dark Knight!

Abraços

Anônimo disse...

Concordo, Cladio.
Contextualizando, realmente Tim Burton foi importante.
Me lembro de gostar das primeiros filmes do Batman. Só não concordei muito com os atores escolhidos... mas enfim.
O fato é que me deixei levar pelos produtos do Nolan. Logo depois de assistir Cavaleiro das Trevas, vai ter vontade de esquecer o que já foi feito.
Talvez seja isso. Não vamos e nem devemos esquecer de Tim. Mas Nolan chega mais perto do Batman que eu li e cansei de reler.
Gosto de Batman quebrando ossos... e isso, só mesmo no filme de Nolan.
Até mesmo o Coringa de Nicholson é sensacional... mas o de Ledger, é impagável e insubstituível.
E viva Burton, grito também, pois adoro os filmes do cara.

Valeu

Abraços

Luciano Marques

Unknown disse...

gostei dessa crítica...lembre-se, sempre o coringa roubará a cena. Muitas pessoas roubam a cena em Gothan City, por isso amamos o Batman.
Quanto a Tim Burton, está na minha prateleira, mas com certeza NÃO por Batman.
Cristian Bale é um primor, até calado, deitado...