quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Zohan – agente bom de riso


Quem me conhece sabe que não sou adepto a comédias. Ou ela me faz rir um bocado ou é um fracasso. Aliás, fracasso é a tônica dos últimos anos no que diz respeito a esse gênero. Zohan, que estreou na última sexta-feira, é uma exceção. O filme, estrelado por Adam Sandler, é engraçado, tem ritmo e honra a filmografia do ator.

Sandler escolhe os papéis certos. São filmes pueris, tolos, ingênuos? São, sim, mas divertem. E este, até que me provem o contrário, é o objetivo de uma comédia. Click, Golpe Baixo, Espanglês, O Paizão, O Rei da Água, Como se Fosse a Primeira Vez, todos eles navegam entre o hilário e o romântico. Relegados à Sessão da Tarde? E daí? Melhor que muito filme por aí que eu não assistiria nem que me pagassem.

Zohan – Um agente bom de corte (outra infeliz tradução brasileira do original, que seria “Não se meta com Zohan”), tem seus momentos de piadas que não funcionam, mas, no todo, é uma produção agradável de ver. Primeiro pela originalidade. Segundo porque Adam tem “timing” e consegue “gags” nunca ou pouco vistas em outros filmes.

A trama conta a história de um militar de Israel a lá James Bond, temido por todos os terroristas da região (até mesmo um título como “Licença para cortar” seria mais ideal que o dado por aqui, mesmo que carregasse a falta de originalidade). Mas ele não quer isso para o futuro, pois nasceu para fazer cortes estilosos de cabelo. O enredo é simples e não foge muito disso. Destaque ainda para o sempre excelente John Turturro.

Li críticas desse filme que acusavam as piadas de serem risíveis, às vezes até mesmo constrangedoras. Desculpem-me o comentário, mas era uma mulher. Provavelmente sentiu-se incomodada com as cenas de sexo, geralmente colocadas de maneira apelativa. Em Zohan, muitas delas são de péssimo gosto, é verdade, mas tais cenas não deixam o longa menos divertido. Que me perdoe ela, e elas, mas prefiro ver um filme que às vezes apela para o lado sexual, mas diverte no restante, do que qualquer outro sem graça por aí.

Vale a pena?
Depende. Pergunte a si mesmo: “Gostei dos outros filmes do Adam Sandler?”. Se a resposta for sim, é batata! Assista!

Nota
7 – Dificilmente dou uma nota dessas para um filme do gênero. Mas, face à enxurrada de comédias péssimas nos cinemas, tenho de aplaudir Zohan. Saí leve do cinema, dei umas boas risadas (o que é bom pra saúde) e agora tenho certeza que posso confiar no restante da filmografia do ator quando quiser ver um longa descompromissado.

Luciano Marques

Nenhum comentário: