domingo, 30 de novembro de 2008

007 – Quantum of Solace

Em Quantum of Solace, segunda investida de Daniel Craig como 007 e o 22º filme da franquia, o diretor Marc Forster (O Caçador de Pipas) dá continuidade ao processo de repaginação do agente britânico com autorização para matar. O personagem está cada vez mais rebelde, mais que em Cassino Royale, mas se perde em meio a uma trama vazia – a mais fraca dentre as 22 produções.

Tenho de dizer, logo de bate-pronto, que é preciso assistir a Cassino Royale para acompanhar Quantum. Neste lançamento, Bond busca vingança pela morte de Vesper Lynd, sua namorada traidora na produção anterior. Ao mesmo tempo, o agente é surpreendido por uma organização que, de tão poderosa, jamais foi detectada pela CIA ou pelo MI6.

Novamente temos muitas cenas de ação, mas, infelizmente, longos períodos monótonos. O diretor, o primeiro não-britânico a dirigir um filme do personagem de Ian Fleming, foi mal escalado e tem culpa no cartório. Também, basta ver sua filmografia para notarmos que ação não é o seu forte.

Quantum of Solace é continuação do Cassino e antecede um outro filme. Então, não temos muitas respostas. Talvez por isso ele pareça tão vazio. Teremos de esperar o próximo. E como vai demorar para sair, teremos de assistir novamente aos dois primeiros estrelados por Daniel Craig para não perder o fio da meada (tinha gente no cinema que estava voando, por não se lembrar da trama do Royale).

Foram gastos 225 milhões na produção deste filme. Uma baba que não rendeu. Se se sair bem, será pelos fãs da série, aqueles que gostam de ver os lançamentos de carros, por exemplo. Neste temos um Aston Martin, um Volvo, o Range Rover, o novo Ka e o novo Omega. Mas estes mesmos fãs vão sentir falta de itens fundamentais. Das 22 produções, essa é a única em que Bond não faz um “chananam” com a Bond Girl da vez.

Para quem ainda não entendeu o título em inglês, “Quantum of Solace” significa “grau de conforto”. Pode ser também um grau de “amizade”, uma zona de conforto entre duas pessoas para que o amor sobreviva. Se o “Quantum of Solace” de um casal deixa de existir, é porque o amor morreu. Se encaixa com a trama do vilão e com o relacionamento que Bond tinha com Vésper.

Vale a pena?
Assistiu Cassino Royale e gostou? Vai continuar assistindo à série? Então vai ter de ver Quantum of Solace, mesmo que neste escapem apenas as boas cenas de perseguição.

Nota
6,5 – Não tem como dar mais que isso. Craig faz bem o papel e a nova cara de Bond – menos mocinho galã e mais rancoroso e assassino – salva o filme do fracasso total.


Luciano Marques

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