A expectativa pela quarta aventura de um dos ícones dos anos 80 no cinema foi enorme. E o filme não decepciona. Não enche os olhos também. O que se vê em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é uma homenagem aos personagens de toda a saga e um presente aos fãs da trilogia.
Aos que não acompanharam o desenvolvimento do arqueólogo – leia-se os mais jovens –, O Reino da Caveira de Cristal não passa de um bom filme de ação. Aos que estavam saudosos da criação de George Lucas e Steven Spielberg, a quarta aventura de Indy vale a pena. Primeiro porque Harrison Ford provou que podia encarnar mais uma vez o personagem, mesmo aos 65 anos. Segundo porque as referências aos outros três longas são ótimas. Há também referências a filmes importantes da história cinematográfica, como Contatos Imediatos do 3º Grau, Tarzan e Alien.
A linha de Caçadores da Arca Perdida, Tempo da Perdição e A Última Cruzada é mantida. Se nos anteriores os personagens esbarraram com bichos peçonhentos (cobras, insetos e ratos, respectivamente), em O Reino da Caveira de Cristal não é diferente. Não comento qual é o da vez porque odeio críticos que entregam boas cenas das produções.
Falta, no entanto, ritmo e armadilhas à nova trama. O filme demora a embalar, mas quando alcança a velocidade indianesca não decepciona. Há boas cenas de ação e humor na medida certa. As arapucas, ciladas e emboscadas, tão íntimas de Jones, infelizmente são escassas neste filme. O mistério desvendado também não é lá grande coisa. Velho, Indiana parece impaciente na história e se “apressa” nas descobertas, como se não tivesse mais saco para degustar o tesouro achado.
Talvez o problema do filme seja o tempo. Hoje, temos um background cinematográfico amplo. Já cansamos de assistir filmes sensacionais, então é difícil algo nos surpreender hoje em dia no cinema. Se O Reino da Caveira de Cristal tivesse sido lançado no início da década de 90, talvez fosse um dos melhores da série. Atualmente, no entanto, todos que o assistem lembram rapidamente de filmes melhores, pois as comparações são inevitáveis.
E mesmo com tanta coisa boa e ruim reunida em uma crítica, ainda assim acredito que o produto deve ser assistido. No cinema, não é difícil você se flagrar apontando para as sutilezas do roteiro ou cantarolando o inesquecível tema. Então, vale sim ver mais uma vez Indy. Dê os descontos necessários e tudo sai bem.
Vale a pena?
Sem dúvida. Mas não entre no cinema achando que este vai ser o melhor da série. Se é fã da trilogia, é obrigatório. Se nunca assistiu aos outros, pegue na locadora, assista, e só então vá ver a quarta aventura.
Nota
7,5 – difícil um filme de Spielberg e Lucas receber menos que 7. Para ganhar mais que 8, porém, tinha de surpreender em algo (roteiro, atuação, fotografia, etc).
Luciano Marques
segunda-feira, 26 de maio de 2008
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5 comentários:
Ótima crítica "para fãs". Quem curtiu as três aventuras anteriores vai se deliciar com esta só pelo fato de ver que Harrison Ford ainda é Indiana Jones. É daqueles personagens que apenas um ator pode interpretar. Isso já basta para dizer que o quarto filme da série vale, sim, o ingresso.
Assisti ontem o filme, e realmente faltam as tradicionais armadilhas dos filmes anteriores, podia ter sido um aspecto mais trabalhado do filme. Mesmo assim gostei muito, e como quase todo mundo que estava na sessão, saí assobiando o tema da série.
Gostei do comentario..obrigada.Vou ver duas vezes..uma como fa ..a outra como observadora..volto aqui para comentar os detalhes..
Bem, primeiramente, sensacional a crítica! Concordo com o que diz, mas volto a bater na tecla (haha!): faltou a conexão de interpretação. Faltou a conexão perfeita do Indiana Jones com os clássicos Henry Jones, Marcus Brody e Sallah. Não quero dizer que esses personagens fizeram falta. Houve sim a falta de ligação entre os estilos interpretativos de H. Ford com os atores novos da trama. Indy é sério e engraçado ao mesmo tempo. Os personagens que citei fechavam esse ciclo com primazia. Exemplo da falta disso é o "Mac" do quarto filme. Parece um personagem jogado, sem identidade e conexão na trama. Feita essa resalva, como fã de Indy, concordo que vale a pena degustar a quarta produção.
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